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Foto do escritorProfessora Ana Rita

FIGURAS DE LINGUAGEM E VÍCIOS DE LINGUAGEM


FIGURAS DE LINGUAGEM



Figuras de Sintaxe ou Construção


1. Aliteração: consiste em repetir sons consonantais idênticos ou semelhantes em palavras de uma frase ou de versos de uma poesia para criar sonoridade.

“Esperando, parada, pregada na pedra do porto”- Chico Buarque

“Sou um mulato nato no sentido lato

mulato democrático do litoral”- Caetano Veloso


2. Elipse: omissão de termos facilmente subentendidos.

“Naquele país, muitos médicos competentes”. (havia)


3. Zeugma: consiste na omissão de um ou mais elementos de uma oração, já expressos anteriormente. O zeugma é uma forma de elipse.

“Onde queres família sou maluco

E onde queres romântico, burguês”- Caetano Veloso


4. Polissíndeto: repetição do conectivo coordenativo.

“Onde queres descanso sou desejo

E onde sou só desejo queres não

E onde não queres nada nada falta

E onde voas bem alto sou o chão” - Caetano Veloso

O céu era verde sobre o gramado,

a água era dourada sob as pontes,

outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,

o guarda-civil sorria, passavam bicicletas...”


5. Hipérbato ou Inversão: Deslocamento de termos na oração ou de orações no período.

”Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heroico o brado retumbante”.

Diz a mulher ao pobre homem.


6. Silepse: concordância ideológica.


a) Silepse de gênero:

Vossa Alteza parece aborrecido.


b) Silepse de número:

« A multidão clamou : justiça ! Caíram genuflexos diante do rei. »

Esse tipo de concordância só deve acontecer quando houver um relativo afastamento entre o coletivo e o verbo no plural.


c) Silepse de pessoa:

Todos fomos à Barra. (O sujeito está na terceira pessoa do plural, e o verbo na primeira do plural. Neste caso, a pessoa que fala se inclui entre as que foram à Barra)


7. Anacoluto : Quebra da estruturação sintática, ficando termo(s) sem função sintática na frase.

Os fantasmas, não tenho medo deles.


8. Pleonasmo: repetição de significado de vocábulo ou de termos oracionais (objeto direto, indireto e predicativo).

A mim, ensinou-me tudo.

O pai da noiva ria todo o seu riso.

« Vi claramente visto o lume vivo. » (Camões)


9. Anáfora: Repetição de vocábulo(s) no início de cada membro da frase.

« Olha a voz que me resta

Olha a veia que salta

Olha a gota que falta

Pro desfecho da festa

Por favor » - Chico Buarque


Figuras de Pensamento


1. Antítese: consiste na oposição de duas ou mais ideias ou pensamentos.

« Eis, a mulher amada !

Seja ela o princípio e o fim de todas as coisas » - Vinícius de Moraes


2. Ironia : ocorre quando dizemos o contrário do que pensamos.

« O seu aproveitamento na escola não podia Ter sido melhor : reprovado em apenas seis matérias».


3. Eufemismo: consiste no abrandamento de expressões duras ou rudes.

« Querida, ao pé do leito derradeiro

Em que descansas dessa longa vida,

Aqui venho e virei, pobre querida,

Trazer-te o coração do companheiro ».- Machado de Assis.


4. Hipérbole: exagero da expressão para reforçar uma ideia.

« Queria gritar setecentas mil vezes

Como são lindos, como são lindos os burgueses

E os japonese

Mas tudo é muito mais ». - Caetano Veloso


5. Prosopopeia ou Personificação: atribuir características de seres vivos a seres inanimados.

« A lua,

tal qual a dona de um bordel,

pedia a cada estrela fria

um brilho de aluguel.

E nuvens,

Lá no mata-borrão do céu

Chupavam manchas torturadas

_ que sufoco ! » - João Bosco e Aldir Blanc.


6. Apóstrofe: interpelação a alguém em meio ao discurso.

« Oh ! Musa do meu fado

Oh ! Minha mãe gentil

Te deixo consternado

No primeiro abril » - Chico Buarque e Ruy Guerra.


7. Gradação: apresentação de ideias em progressão ascendente ou descendente.

« Chega de tentar

Dissimular

E disfarçar

E esconder

O que não dá mais pra ocultar... »

« ...Nascendo

Rompendo

Tomando

Rasgando meu corpo

E então

Eu... » -Gonzaguinha.


Figuras de Palavras


1. Metáfora: comparar dois seres através de uma qualidade atribuída a ambos. Vem a ser uma comparação, mas sem a presença da conjunção COMO.

« Meu pensamento é um rio subterrâneo" – Fernando Pessoa

Meu coração tropical partirá esse gelo ».


2. Metonímia/Sinédoque: consiste em substituir o sentido de uma palavra pelo de outra que com ela apresenta relação constante.

EXEMPLOS :

Ganhar o pão com o suor do rosto. (suor em vez de trabalho)

Houve o emprego do efeito pela causa.

Ela completou quinze primaveras. (primaveras em vez de anos)

Houve o emprego da parte pelo todo.

« A reposta foi o povaréu levantar Ponciano entre gritos e algazarra. » (José Cândido de Carvalho)

O todo é empregado pela parte.

« Andava com o peito entreaberto na blusa. » (Raquel de Queiroz)

O continente foi tomado pelo conteúdo.

Vejo que leu José de Alencar.

Procura no Aurélio o significado daquela palavra.

O autor é empregado pela obra.

« Acendeu um goiano. » (Alcântara Machado)

A marca é empregada pelo produto.

As batinas civilizaram o Brasil.

A coisa possuída é empregada pelo possuidor.

O marfim de teus dentes.

O concreto é empregado pelo abstrato.

« O bonde passa cheio de pernas : pernas brancas pretas amarelas » - Carlos Drummond de Andrade

A parte é empregada pelo todo.


3. Catacrese: dar um novo sentido a um termo existente, fazendo com que ele passe a designar um outro ser semelhante.

Esquente o óleo e doure dois dentes de alho.

Eles embarcaram no avião.

O pé da mesa estava quebrado.

Ele descansava nos braços da poltrona.

Doía-lhe a barriga da perna.


4. Antonomásia ou Perífrase: espécie de metonímia porque consiste na substituição de um nome próprio por uma circunstância ou qualidade que a ele se refere.

O Mestre me chamou.

A Cidade da Luz amanheceu. (Paris)

O maior estádio do mundo. (Maracanã)

O Poeta da Vila.

O Genovês será herói ou vilão ? (Genovês = Colombo)


5. Sinestesia: misturar numa mesma expressão sensações percebidas por diferentes sentidos. (Lembrar dos cinco sentidos : paladar, oufato, visão, audição e tato)

Um grito áspero revelava todo o seu medo.

No silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos.


Vícios de Linguagem


1. Barbarismo: é o erro de pronúncia, grafia ou uso de uma determinada palavra.

Adivogado

Gratuíto

As luzes estão apagadas porque o fuzil queimou.

Gostaria de ver o menu

Coloque aqui a sua rúbrica.

O homem estava atraz do goleiro.

Os cidadões chegaram atrasados.

Você tem de retificar a sua presença até amanhã...


2. Solecismo: é uma inadequação na estrutura sintática da frase com relação à gramática normativa do idioma.

Fazem dois anos que viajamos.

Visava uma posição de destaque.

Não encontram-me em casa.


3. Ambiguidade ou Anfibologia: a duplicidade de sentido em uma construção sintática.

O menino viu o incêndio do prédio.

Prenderam o porco do seu tio.


4. Cacófato ou Cacofonia: são sons desagradáveis ao ouvido formados muitas vezes pela combinação do final de uma palavra com o início da seguinte, que ao ser pronunciadas podem dar um sentido ridículo, ou apenas serem indístinguiveis entre si.

Mande-me já a encomenda.

Ela tinha apenas duas moedas.

Nossa equipe não marca gol


5. Pleonasmo: repetição de um termo da oração ou do significado de uma expressão, isto é, alguma informação que é repetida desnecessariamente.

Ele teve uma hemorragia de sangue.

A bola saiu para fora.

As crianças já entraram pra dentro.


6. Neologismo: criação de uma palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente.

O ministro se considerava imexível.


7. Arcaísmo: é o uso lexical ou gramatical de uma palavra ou expressão antiga, que já caiu em desuso.

Vossa mercê me permite uma observação ?


8. Eco: consiste na terminação de duas ou mais palavras de um texto serem as mesmas.

A decisão da eleição não causou comoção na população.


9. Estrangeirismo: É o processo que introduz palavras vindas de outros idiomas na língua portuguesa.

Houve um black-out na cidade.

O office-boy ainda não chegou.

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